quarta-feira, 14 de julho de 2010

Eucalipto


Eucalipto (do grego, eu + καλύπτω = "verdadeira cobertura") é a designação vulgar das várias espécies vegetais do género Eucalyptus, ainda que o nome se aplique ainda a outros géneros de mirtáceas, nomeadamente dos géneros Corymbia e Angophora. São, em termos gerais, árvores e, em alguns raros casos, arbustos, nativas da Oceania, onde constituem, de longe o género dominante da flora. O género inclui mais de 700 espécies, quase todas originárias da Austrália, existindo apenas um pequeno número de espécies próprias dos territórios vizinhos da Nova Guiné e Indonésia, e mais uma espécie (a mais setentrional) no sul das Filipinas. Adaptados a praticamente a todas as condições climáticas, os eucaliptos caracterizam a paisagem da Oceania de uma forma que não é comparável a qualquer outra espécie, noutro continente.

Descrição geral
Flor
A primeira descrição botânica do género foi da responsabilidade do botânico francês Charles Louis L'Héritier de Brutelle, em 1788. O nome do seu género, que poderia ser traduzido do grego como "boa cobertura" faz referência à capa ou opérculo que cobre os órgãos reprodutores da flor, até que cai e os deixa a descoberto. Este opérculo é formado por pétalas modificadas. De facto, o poder atractivo da sua flor deve-se à exuberante colecção de estames que cada uma apresenta, e não às pétalas, como acontece com muitas plantas. Os frutos são lenhosos, de forma vagamente cónica, contendo válvulas que se abrem para libertar as sementes. As flores e os frutos do eucalipto são, de facto uvas .


Folha
Quase todos os eucaliptos têm folhagem persistente, ainda que algumas espécies tropicais percam as suas folhas no final da época seca. Tal como outras mirtáceas, as folhas de eucalipto estão cobertas de glândulas que segregam óleo - este género botânico é, aliás, pródigo na sua produção. Muitas espécies apresentam, ainda dimorfismo foliar. Quando jovens, as suas folhas são opostas, de ovais a arredondadas e, ocasionalmente, sem pecíolo. Depois de um a dois anos de crescimento, a maior parte das espécies passa a apresentar folhas alternadas, lanceoladas a falciformes (com forma semelhante a uma foice), estreitas e pendidas a partir de longos pecíolo. Contudo, existem várias espécies, como a Eucalyptus melanophloia e a Eucalyptus setosa que mantêm a forma juvenil ao longo da sua vida. As folhas adultas da maioria das espécies, bem como, em alguns casos, as folhas juvenis, são iguais nas duas páginas do limbo, não existindo a habitual distinção, nas folhas, de página superior e página inferior. A maior parte das espécies não floresce enquanto a folhagem adulta não aparece. A Eucalyptus cinerea e a Eucalyptus perriniana constituem duas das raras excepções.
Casca (súber)
O súber, ou casca da árvore, tem um ciclo de permanência anual, podendo as várias espécies de eucalipto agruparem-se segundo a sua aparência. Nas árvores de casca lisa, cai praticamente toda a casca, deixando uma superfície de textura plana, por vezes manchada de várias cores. Nas árvores de casca rugosa, o ritidoma persiste agarrado ao caule enquanto vai secando lentamente. Muitas árvores, contudo, apresentam diferenciação a este nível, com casca lisa no topo e casca rugosa na base do tronco. De entre as árvores de casca rugosa, podemos distinguir:
De casca fendida - que apresenta longas fibras que se podem destacar em peças compridas. Apresenta ritidoma espesso e com textura esponjosa.
De casca dura - de aspecto rugoso e profundamente fendido, o seu ritidoma aparece geralmente saturado de uma resina exsudada pela planta que lhe dá uma coloração vermelho escura ou mesmo negra.
Tesseladas - com a casca fragmentada em flocos distintos, formando mosaico. Os fragmentos, que vão caindo com o tempo, têm semelhança com a cortiça.
Em cofre - composto por fibras de curta dimensão. Apresentando, algumas, tesselação.
Em faixa - em que a casca sai em longas e estreitas peças, ainda que aderentes em determinadas partes do caule. Podem aparecer na forma de longas faixas, fitas resistentes ou em pedaços que encaracolam.
Eucaliptos no Brasil
Foi implantado no Brasil em 1909 pelo engenheiro agronômo Edmundo Navarro de Andrade, então funcionário da Cia. Paulista. No Brasil existem extensas áreas plantadas, sobretudo, no Estado de Minas Gerais, que possue cerca de 2% do seu território ocupados com Eucaliptos. Um dos grandes municípios produtores do país, que há mais de trinta anos desenvolve a silvicultura, é o município mineiro de Itamarandiba. Atualmente esta cidade é um dentre os diversos pólos da produção de mudas clonais de Minas Gerais e do Brasil.
Géneros relacionados
Um pequeno género botânico de árvores similares, Angophora, conhecido desde o século XVIII, tem vindo a ser considerado, desde 1995, graças a evidências principalmente genéticas, um género mais próximo de algumas espécies que pertenciam género Eucalyptus, pelo que se decidiu criar o género Corymbia. Ainda que em géneros separados, os três grupos estão intimamente relacionados a nível genético, pelo que é perfeitamente aceitável que sejam vulgarmente designados como eucaliptos.
Importância económica
Algumas das suas espécies foram exportadas para outros continentes onde têm ganho uma importância económica relevante, devido ao facto de crescerem rapidamente e serem muito utilizadas para produzir pasta de celulose, usada no fabrico de papel, carvão vegetal e madeira. Alguns defendem que a plantação de eucaliptos permite evitar o corte e abate de espécies nativas, para tais fins, pelo que seriam uma opção adequada a terras degradadas, promovendo-se a economia onde são cultivadas. Contudo, o assunto mantém-se polémico.
Uma das espécies mais comuns, na Península Ibérica, é o Eucalyptus globulus. Na América do Sul existem também extensas plantações das espécies E. urophylla e E. grandis.

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